Ontem a gente riu muito, bebeu muito, falou muito. Foi mais uma história nossa pra contar de vez em quando. E não sei se você reparou, mas a gente estava tão bonito... Sabe? De dar vontade de gravar pra ver depois várias e várias vezes. E a gente era só a gente. Não tinha nada de diferente. E você falava de mim naquele tom que eu gosto, com algo de admiração. E eu não tirei os olhos de você. Nem quando você chorou porque tinha bebido demais, nem quando você inventou de dançar sozinho na frente de todo mundo, nem quando você caiu no sono do meu lado, nem quando acordou de madrugada pra me procurar no meio dos cobertores. E talvez você não se lembre muito de tudo, mas a gente conversou ali na escada. Você beijou minha testa e disse para eu respirar, enquanto eu olhava para o céu e ria. E o álcool ajudou nessa parte, mas eu disse muita coisa naquela hora. Eu disse desesperadamente que queria ser a mãe dos seus filhos, e que não ia nunca mais encontrar alguém como você é para mim. E se encontrasse ia ser uma grande mentirinha pra fingir que eu não precisava tanto assim do seu amor. E eu disse que se você não quisesse tudo isso eu ia te convencer aos pouquinhos. Eu até chorei naquele meu drama que você bem conhece. Aí você me segurou, olhou dentro dos meus olhos, e um pouco desequilibrado, falou com toda a certeza que você tinha: "Você não vai achar ninguém. Porque você não vai precisar acham ninguém. Eu quero que você seja a mãe dos meus filhos. Você e mais ninguém. E pra te informar, você acha que é a primeira vez que você está falando isso né? Mas você já disse mais de um milhão de vezes. E todas as vezes eu vou te prometer a mesma coisa. Só acredita em mim. Eu sou todo seu! Agora respira, meu amor! Você está muito bêbada."
Troquei uma declaração por outra melhor. Nada melhor para o coração do que um amor recíproco. Certas coisas valem à pena lembrar.
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