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adstera

vendredi 31 juillet 2015

Sobre o fim do que não acaba nunca


Nunca mais escrevi sobre você. Pra falar a verdade, já faz algum tempo que venho tentando não escrever sobre coisa alguma. É porque eu sei que não adianta fugir, qualquer trecho que eu tente escrever sem que estejas presente nas entrelinhas, é em vão. Qualquer frase que fale de amor, ou de saudade, ou de qualquer coisa que eu contenha em mim, por certo acabará entrando pra coleção cuja você é o destinatário, ou protagonista. Você sempre foi meu personagem favorito. Você sempre foi minha maior extravagância.

Nunca fui boa em começar textos, você sabe disso. Eu sempre comecei pelo final. Mas se você estiver lendo isso agora, quero te dizer que hoje, eu fiz diferente. Não quis saber como acabaria, não quis saber se faria sentido, porque afinal, se tem uma coisa que aprendi nesses últimos  meses - desde que você saiu por aquela porta e nunca mais voltou - é que nem todo fim faz sentido. Apesar de eu sentir tanto.

É que tem fim que parece injusto. Como aqueles filmes lindos que são uma droga no final, porque não tem um fim. Quer dizer, tem, mas, um fim mal resolvido, um fim que não cabia, um fim deslocado, como um ponto final no meio da frase. Nem todo ponto final é justo. Mas, também, nem todo ponto final significa, de fato, um fim. Existe sempre uma outra linha, outra página. Talvez, um outro livro.

As palavras podem terminar em uma frase, mas elas nunca acabam. E nessa existência não aplicada cabe tanta coisa. Terminar um amor é como um poema que termina na metade, feito aquele livro "Uma aflição imperial". Feito os olhos de ressaca de Capitu, que terminaram com o fim de Dom Casmurro, sem nunca revelarem a verdade. É muito difícil terminar uma coisa que não acaba. Cê tá me entendendo? Espero que sim.

É que hoje eu me peguei pensando, entre todas essas lições de que nem tudo é como a gente quer, que também, nem tudo deixa de existir porque a gente deixa de acreditar. O fato de alguém ser ateu não vai mudar a existência de Deus. O fato de eu rejeitar a teoria copernicana, não vai fazer com que a Terra pare de girar. Uma rosa sempre vai ser uma rosa, independente de como a chamarmos. Da mesma forma, o amor não acaba só porque a gente acabou.

O fim do amor é triste, porque existe velório e luto, mas não existe morte. O que existe, é o desespero de tentar enterrar vivo um sentimento, que nunca para de rebater.
Hoje eu acordei e me lembrei de você. Hoje eu decidi escrever e achei que conseguiria colocar um ponto final...

Não consegui






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