Cheguei à festa um pouco atrasado, como já era de costume. Não estava em um dia muito bom e não queria sair de casa, mas, mesmo assim, me desafiei e fui. Conhecia poucas pessoas presentes, umas três ou quatro. Estava me sentindo um pouco desconfortável.
Fui pegar um pouco mais de bebida, que não estava tão boa, quando a vi. Nessa hora meu coração dominou totalmente minha razão, fiquei radiante por dentro. Por fora escondi um sorriso de alívio. Ela veio!
Claro que eu vim só por causa dela. Estamos cada vez mais distantes, nem nos encontramos para conversar na faculdade mais. Éramos um pouco mais “colados”. A forma como ela me olhava, como ria, o cheiro, tudo me encantava.
É Claro também que nunca falei isso pra ela. Talvez ela nem suspeite o quanto eu sinto. Vê-la conversando com outro, bem na minha frente, me queima por dentro. Quantas palavras ao vento ele deve estar dizendo só para ganhar um beijo dela?
Como seria se ela soubesse que o simples toque de sua pele já me deixa extremamente feliz e completo? Ela merece mais do que alguém que só quer tê-la por um breve momento, alguém que a queira apenas pelo beijo, e não pelo quão transcendental seria beijá-la.
Não quero ser dela, nem que ela seja minha. Quero se sejamos juntos! Vou lá, segurar a mão dela e dizer “Não solta da minha mão, vem comigo”. Isso, é, vou lá! Melhor não.
Melhor eu me sentar, esperar que ela me veja aqui e torcer para que venha conversar comigo. Vou me esforçar para não demonstrar que isso vai tornar minha noite maravilhosa, isso se ela vier.
A bebida continua ruim, a festa ficou melhor, depois que a vi. Meu Deus, quando foi que eu fiquei assim, tão fascinado por ela? E ela está cada vez mais distante. Ela ainda tá conversando com ele, vou embora.
Peguei minha blusa e estava indo em direção ao carro quando ela me chamou, tocando meu ombro com a mão. Seu cheiro tomou conta de mim, seu sorriso, seus olhos, seu tique de estalar os dedos, tudo.
Conversamos a noite toda. Que noite!
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