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vendredi 30 décembre 2011

2011, Memórias – Dia 30

Dia 30 - Quem é você?
Noite passada, antes de dormir, pensei nas lembranças que mais são presentes na minha vida. Diante dos meus olhos vi minha vida passar lenta, mas rigorosamente, desde quando mal me lembre de quem eu era. Vi papai mais novo, mamãe esperando meu irmão. Fui crescendo. Fui sentindo as mudanças acontecerem. Recordei dos bons momentos e dos maus também. Do joelho ralado que mais doeu, pensei nas dores que um dia ninguém viu. Das lágrimas que meus olhos já rolaram, imaginei qual seria o maior motivo para elas estarem ali. E como num sentimento de quase morte, minha cabeça enchia-se de vozes, momentos e pessoas que já fizeram meu coração bater mais forte e até mesmo fraquejar. Uma respiração falha, um coração a bater mais lento. Tranquilidade. Lembro da minha madrinha correr atrás de mim enquanto eu corria em direção ao mar. Ela me pegou no colo, e numa risada gostosa de criança teimosa, ela disse que eu não sabia nadar. Natação, balé, música, escrita. Destaques, derrotas, vitórias. Comecei a brilhar e reconheci. Mudei de escola e senti dificuldades com isso. Sempre me apeguei tanto aos meus amigos e aquilo parecia me tirar uma parte tão grande de mim que eu desconhecia. Eu chorei, inconsolável. Mal sabia que um dia sentiria dores muito maiores. Limpei as primeiras lágrimas que começaram a vir pelas tão doces lembranças. Quis voltar no tempo e viver tudo aquilo de novo, sem mudar um joelho ralado sequer. 
Eu era tão feliz sem saber.
Cheguei a um certo ponto que não soube o que tinha acontecido. Nas minhas memórias havia uma grande falha. Dois anos e eu nem ao menos conseguia lembrar o que vivi. Nesse período, não senti saudade tampouco raiva. Ali havia um pedaço de mim que simplesmente minha mente não quis guardar, por motivos que nunca descobri. Não adiantava qualquer esforço. Ali eu não existi. A próxima lembrança, rodeada por uma névoa tão opaca que mal conseguia distinguir, vi mais um aniversário. Eu tinha tristeza demais na minha face. Tudo tinha se tomado por marrom tão ocre que me senti mal. De repente fez-se felicidade e algo tão branco e puro tinha entrado na minha vida. Haviam peças nesse quebra cabeça que eu ainda não encontrara. Novos sentimentos, finalmente verdadeiros melhores amigos. Amadureci. O tempo foi passando. Chamei de amor quem eu nunca deveria ter chamado nem ao menos de conhecido. Lembro da sensação de escrevê-lo o que sentia. Ainda era cedo demais para dizer tudo que sentia. Senti vazios e outras demais falhas. Isso doeu mais que todas as feridas da minha infância. O desejo de compartilhar essa parte de mim tão profunda foi surgindo. Ah, o Blog.
Foi quando comecei a realmente saber quem eu realmente era.
As palavras foram consagrando os sentimentos que nunca conseguia falar. Era bom escrever. Ainda me faz tão bem. É assim que consigo fazer com que seja mais fácil. Aprendi que nada mais fica tão grande e assustador quando posso dizer isso que sinto, sabendo que alguém em algum lugar está me escutando. Lembrei dos amores, das dores e de mim mesma.  Adormeci ainda com as lágrimas nos olhos. Eu estava feliz demais por estar ali, em paz. Vi que apesar de tudo, aquela vida que ainda levo, é a que eu quero. Sei que ainda me desconheço.
Foi então, antes de sonhar, que tive a certeza de que eu nunca soube exatamente quem sou.


Desafio concluído! 2011, Memórias foi super legal com vocês! Obrigada mais uma vez! Espero que tenham gostado de ter passado esses 30 dias comigo. Beijo!

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