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adstera

vendredi 18 novembre 2011

Entregar-se:

Embrulho-me como teu presente. Sendo do passado memórias distintas e embaçadas de tu sem eu, e mim sem ti. Dos acontecimentos, ver-nos em tempo: da descoberta plena desse sentimento. E tudo nessa entrega, suceder-se no improviso da surpresa.
E beijar terno teus lábios, rogar-lhe por mais dez minutos antes de ir embora. Empanturrar-se por dentro de saudade precipitada, antes mesmo de você chegar. Aquecer-me no teu corpo quente até em dias de verão. Em poucos minutos saber que tu me amas até o fim, e isso seria bonito. Que esse nosso amor servisse para além de nos completar, mas que tudo resplandecesse o remanescente do inatingível: a eternidade. Confirmar que minhas vontades transcendiam muito além: sendo pedaços concretos da nossa realidade. 
De tanto, buscar no simples o que mais gosto em ti: teu sorriso bobo da piada que me conquistara. 
Deliciar-nos em memórias não tão distantes, num passado não tão diferente quanto agora: tudo é sinônimo de felicidade perto de ti.  Da paixão incandescente surgir-se por entre os parágrafos da nossa história, o amor. Dos sabores e aromas, retirar a essência do que chamam de singular, que em nós entenderia como um ponto de paz, a exceção, o oásis no meio de uma guerra. 
E tu, sendo tanto, mostrar-me que mal te conheço e que juntos, temos muito o que descobrir ainda. 
Do nascer do sol até a escuridão da noite, estar do teu lado, e mesmo sem pedir ou necessitar, ter de ti a proteção. Não exigir por tempo, e nessa calmaria, entregarmos ao outro e entender que não há hora no mundo que faça sentido sem o outro. 
Sentir teu coração bater mais forte ao sentir meu perfume. 
Pensar que tu é meu sonho e que de tão feliz, não poderia estar acordada. E plenamente lúcida, concluir que tu tá sim do meu lado, e que só posso esperar-lhe mais amor. E assim, agarrar-me na tua mão e levar-te em meu peito. 
Chamar-te de meu amor e acreditar nas minhas próprias palavras. 
E tu continua minha frase com teus olhos, entendo sem nada dizer, enquanto tu me tira o ar, o fôlego, a fome. Completa-me com tua doce e constante vontade ter-me colada a ti, e consinto: quero-te também. 
E no meio de tudo isso, ao som deste silêncio, tua alma também parece dizer: também amo você.
Sorridentes nos entregamos: de corpo e de alma. E isso seria suficiente.
(Se tu tivesse comigo.)

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